Lameness warning (Porque a Rosélia também tem direito a isso)

Não sinto o que deveria sentir. Eu sabia que isto ia acontecer, mas ainda assim deixei-me levar pelo meu incondicional carácter optimista e pelo apoio alheio, quando devia ter-me mentalizado logo que o meu caminho seria interceptado. Também nunca soube desistir, e o tal ímpeto de luta apoderou-se de mim de tal forma que a fantasia tomou a forma de vida, e o esmorecimento que circundava o meu encéfalo era esquecido pela adrenalina soltada pelo pensamento de vencer a batalha. E por momentos, eu acreditei em mim. Acreditei que o mundo só poderia exercer o seu movimento de rotação se eu conseguisse. Cheguei a acreditar que haveria um deus que iria conspirar pela minha causa, pois só assim se justificaria a sua existência.

Nasceste comigo. Cresceste comigo e abraçaste-te a mim como se fôssemos irmãs. Enrolaste-te no meu arsenal de sentimentos, e entranhaste-te no ser que assenta no átomo de carbono. E eu devia pegar em ti e tornar-te obra visível aos olhos da humanidade. Não és o meu sonho, não és o meu objectivo, és uma parte de mim, és um pedaço desta que eu sou, e agora que te arrancam a todo o custo da minha alma, mais eu te prendo cá dentro, mais eu insisto para que não te vás embora e que esperes que eu consiga.

Perdoa-me por ter falhado. Perdoa-me por não ter conseguido usar-te para ajudar a espécie a que pertenço. Eu lutei por ti, com todas as forças que o meu espírito alberga.

Tu tens tanto valor para mim. És-me tão preciosa como o ar, a água e o alimento. Abrir mão de ti seria abrir mão da vida. Por isso ficas aqui guardada, até que eu possa elevar-te ao teu sentido mais nobre, e mais humano, para que eu possa mostrar ao mundo o quão vital és e o quão especial devias ser no coração dos homens que fazem uso da tua arte.

É por ti que eu consagro a minha vida à humanidade. E esta é a promessa que te faço, minha missão de vida, meu rosto, medicina.