No meu oitavo ano, abriu na minha escola um grupo de Ginástica Acrobática. Éramos meia-dúzia de gatos pingados, eu era a mais velha, e tínhamos dois colchões verdes, já rasgados. Nem tínhamos sítio para treinar, era onde calhava. Mesmo assim, eu e outra colega fomos destacadas para ir a uma competição (nível 1, coisa fraca) e foi lá que eu vi pela primeira vez o Colégio de Gaia a actuar. Tinham um esquema tão lindo, tão fantástico que me vieram as lágrimas aos olhos, e a única coisa que eu mais quis a partir desse dia foi entrar lá em Ginástica.
Quando passei para o nono ano, mudei para a escola onde estou actualmente a terminar o 12.º. E foi numa daquelas aulas em que fazemos os testes de condição física que a minha professora reparou que eu tinha bastante flexibilidade. Vai daí que um dia, no final da aula, diz-me isto: Rosélia, tu tens muita flexibilidade, e eu vi na tua ficha de apresentação que já fizeste Acrobática. Eu conheço a treinadora do Colégio de Gaia e ela gostava que fosses experimentar, estarias interessada em entrar para lá?
Acho que não preciso de explicar o brilho que encheu os meus olhos nessa altura. Nunca me tinha passado pela cabeça que o meu sonho se tinha realizado. Acabei por entrar e treinei bastante, e consegui melhorar muito a minha Ginástica. Infelizmente, por causa dos horários incompatíveis das minhas aulas, tive de sair, e agora treino noutra escola.
Mas nunca me hei-de esquecer que a minha Ginástica começou com dois colchões esfarrapados e uma cambalhota.
É uma forma de arte fantástica. Espero que continues a ser feliz com isto.
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